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  • Foto do escritorJudivan Gomes

Tebet diz que BC não precisava ter “esticado a corda” com governo

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, avaliou que o comunicado e a ata do comitê do BC vieram “no tom errado”




A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse nesta segunda-feira (27/3) que o Banco Central (BC) não precisava ter “esticado a corda” com o governo.


Para Tebet, o comunicado e a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) são documentos políticos que vieram “no tom errado”. Ambos foram publicados após o colegiado decidir, na semana passada, pela manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano, mesmo após o governo federal criticar o percentual estipulado.

“Acredito que não precisavam ter esticado a corda como esticaram, porque também mandaram recado, a meu ver, equivocado para a equipe econômica e o núcleo político, ou para a política brasileira”, iniciou Tebet em participação na Arko Conference, em São Paulo.

Em seguida, ela disse ter conversado sobre isso com o presidente do BC, Roberto Campos Neto: “Eu questionei isso, eu fiz esse comentário a Roberto Campos (eu tenho uma boa relação com ele), respeito o presidente do Banco Central e fiz esse comentário com ele, e ele comentou: ‘Mas, Simone, sempre foi assim’. Esse ‘Sempre foi assim’ não me agrada”.

“Entendo que o comunicado e a ata são documentos políticos. Então, as palavras têm poder e nós temos que tomar muito cuidado com elas”, afirmou Tebet. “O comunicado e a ata do Copom, a meu ver (estou dando o meu juízo de valor, sim), têm que ir ao encontro do que está acontecendo no Brasil. É óbvio que fatores externos importam, preocupam, têm que ser colocados na conta quando há decisão técnica, mas também os fatores internos.”


Tebet disse ainda que alguns pontos que tiveram evolução devem ser considerados. Nesse contexto, a ministra citou o arcabouço fiscal “pronto para anunciar” e com “chance muito, muito grande de ser aprovado”; o amadurecimento da reforma tributária; e a estimativa de rombo menor em 2023, na casa de R$ 110 bilhões.

“Todos esses fatos nós achamos que têm que constar como fator importante – não no número, se vai continuar na próxima reunião do Copom em 13,75%, mas na sinalização que o Banco Central pode dar em relação à queda da taxa de juros”, prosseguiu ela.

Na visão da ministra, é preciso “rever conceitos e preconceitos” e “unir o Brasil e reconstruir em outras bases”.

“Essa discussão, dentro de um determinado e certo nível, é saudável. O mercado tem que entender que isso faz parte do momento político do Brasil, que saiu muito dividido da eleição, que saiu ainda polarizado e que saiu muito machucado”, apontou.

Arcabouço fiscal

Tebet afirmou que o novo arcabouço fiscal, medida que substituirá o teto de gastos, é “simples, fácil de ser entendido, totalmente transparente e crível”.

Segundo ela, esse novo marco vai estabilizar a dívida pública e zerar o déficit. Ele também será fiscalmente responsável e socialmente comprometido com o Brasil.


A ministra disse ainda que, quando disse que o texto vai agradar todo mundo, “não é que vai agradar 100% de todo mundo, é que vai agradar um pouco todos os lados”.

Meta de inflação

Sobre uma revisão na meta de inflação, Tebet disse que este é um “não assunto no governo” e que houve uma apenas uma conversa inicial entre ela, Haddad e o presidente do BC sobre várias possibilidades.


“Se vamos mexer ou não, este é um não assunto no governo, pelo menos um não assunto no Ministério da Fazenda e no Ministério do Planejamento e do Orçamento. E não é um não assunto apenas porque eu não posso dizer isso, é um não assunto porque eu e o ministro Haddad entendemos que está é uma questão que não está posta na mesa”, afirmou.

“Nós não estamos discutindo. Nós temos, inclusive, dúvidas se mexer na meta vai gerar o resultado que nós queremos, que é diminuir a inflação para que possamos ter diminuição na taxa de juros”, continuou ela.

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