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  • Foto do escritorJudivan Gomes

PSDB tenta montar estratégia para possível ofensiva judicial de Doria

Legenda ainda tem dúvidas se Doria vai acionar os tribunais, mas prepara argumentos em defesa da autonomia da convenção partidária sobre as prévias

João Doria (PSDB) não anunciou sua decisão após escolha favorável a Tebet, mas cobra "paridade de armas" em reunião

Embora a direção nacional do PSDB ainda não esteja totalmente convicta de que o ex-governador de São Paulo João Doria vai recorrer à Justiça para ser candidato a presidente , o partido escalou o deputado federal Carlos Sampaio (SP), que é ex-promotor de Justiça e foi aliado de Doria nas prévias, para elaborar uma linha de argumentação jurídica caso a Justiça Eleitoral seja acionada pelo paulista.


Sampaio tem dito internamente que a convenção nacional da sigla, normalmente organizada entre julho e agosto, tem autonomia para apoiar uma aliança com os partidos da terceira via , independentemente do resultado das prévias.

O entendimento pressupõe que o acordo entre PSDB, MDB e Cidadania está acima das prévias presidenciais, cuja eleição interna foi vencida por Doria em dezembro . A defesa do ex-governador diverge e se vale de um artigo do estatuto tucano segundo o qual o vencedor das prévias deve ter a candidatura homologada pela convenção. Mesmo com as estratégias jurídicas em construção, os dois lados entendem que perderiam com a judicialização e passaram a adotar cautela ao tratar do tema.

Sampaio se distanciou de Doria recentemente e está empenhado na reeleição do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia , cujo entorno avalia que a rejeição do antecessor nas pesquisas de opinião pode prejudicá-lo. Em reunião da executiva do partido em Brasília na última terça-feira, o deputado federal contestou a narrativa jurídica de Doria numa carta assinada junto com seu advogado — o texto cobrava respeito as prévias e foi lido como uma ameaça ao partido.

O documento elevou a pressão para que Doria retirasse sua candidatura, e lideranças pediram sua presença na sede do PSDB. Sob risco de ficar em desvantagem, Doria cobra um encontro equilibrado, com “paridade de armas”, e nomes escolhidos pelos dois lados.

Essa reunião deve acontecer em São Paulo na segunda-feira, quando devem comparecer também o presidente do PSDB, Bruno Araújo, e os líderes da bancada na Câmara, Adolfo Viana (BA), e do Senado, Izalci Lucas (DF). Na ocasião, deve ser apresentada ao paulista a pesquisa do professor Paulo Guimarães, do instituto que leva seu nome. A campanha de Doria tem reclamado que os líderes da terceira via escolheram a senadora Simone Tebet (MDB-MS) sem que antes o paulista tenha sido informado dos resultados do levantamento.

Nos últimos dias, cresceu uma articulação entre integrantes da sigla em São Paulo na tentativa de evitar a via judicial. Aliados do governador Rodrigo Garcia têm dito nos bastidores que o discurso de Doria se dizendo como vítima de um “golpe” não faz sentido. Eles sustentam que o paulista já havia sido alertado de que o pacto da terceira via com MDB e Cidadania poderia deixá-lo de fora da cabeça de chapa. O ex-governador, dizem eles, inclusive participou das negociações para a discussão de um nome. Para refutar a tese do ex-governador, o partido compilou uma série de frases de entrevistas na quais Doria dizia ser favorável a um acordo da terceira via.

Embora tenha se descolado de Doria e não faça agendas públicas junto com ele, Garcia tem evitado tratar sobre a briga que envolve o antecessor e o PSDB. Ainda assim, quando foi provocado, nesta semana, a tratar sobre a possibilidade de Doria ir à Justiça para ser candidato, ele se opôs a ideia: “Quando a política precisa ir ao Judiciário, não é a política”, afirmou o governador.

Diante do isolamento, o espaço de Doria na terceira via tem se estreitado, e uma das opções seria o posto de vice de Tebet. No entanto, ele resiste a essa hipótese. Aliados afirmam que o paulista tem mais currículo que a senadora por ter sido prefeito e governador de São Paulo, além de ter legados com a vacina Coronavac durante a pandemia de Covid-19, um contraponto ao governo do presidente Jair Bolsonaro.

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