top of page
Foto do escritorJudivan Gomes

Mortes de grávidas e de mães de recém-nascidos por Covid dobram e estão acima da média da população



O número de mortes de gestantes e de mães de recém-nascidos, (puérperas) por Covid-19 mais do que dobrou em 2021 em relação à média semanal de 2020, apontam dados do Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19 (OOBr Covid-19). Segundo o levantamento, no ano passado foram registradas 449 mortes (10,4 óbitos na média semanal). Em 2021, até abril, foram 289 mortes (22,2 óbitos na média semanal). As pesquisadoras do OOBr Covid-19 apontam que, enquanto na população em geral houve um aumento de 61,6% na taxa de morte semanal em 2021 na comparação com 2020, entre as gestantes e puérperas o aumento foi de 145,4%. Apesar do aumento superior à media da população, as mortes de grávidas representam 0,23% das mortes ocorridas no ano, de acordo com dados do Ministério da Saúde. A falta de acesso a tratamentos adequados para o coronavírus é apontado como uma das principais causas do crescimento de mortes entre estes grupos. Os dados do OOBr Covid-19 mostram que uma em cada cinco gestantes e puérperas internadas com coronavírus não tiveram acesso a unidades de terapia intensiva (UTIs) e cerca de 34% não foram intubadas. Segundo a médica obstetra Rossana Pulcinelli Francisco, professora do departamento de ginecologia e obstetrícia da Universidade de São Paulo (USP) e uma das criadoras do painel, a Covid-19 está mostrando uma fragilidade que já existia no sistema de saúde brasileiro. “A morte materna no Brasil já era elevada. Quando essa fragilidade aumenta, que foi o que aconteceu em 2021 – com as variantes mais transmissíveis, uma sobrecarga maior no sistema de saúde – o que a gente percebe é uma piora no atendimento às gestantes e puérperas”, explica a médica obstetra. Para ela, é preciso trabalhar em duas frentes para tentar diminuir as mortes: prevenção e tratamento. “A gestante precisa ser isolada para não pegar Covid-19, precisa ter acesso aos dados para entender os riscos. Se ela tiver algum sintoma, ela precisa procurar o serviço de saúde, ser testada. Além disso, os hospitais precisam ser capacitados para atuar no cuidado dessas mulheres, com equipes de intensivistas e obstetras. A Covid-19 é uma das doenças que tornam a gestação de alto risco”, alerta Rossana Francisco. No ano passado, o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) já havia alertado que grávidas corriam mais risco de desenvolver formas graves da Covid.

G1

588 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page