O futuro do Centro Histórico de João Pessoa foi o tema de uma discussão entre os vereadores, comerciantes e representantes da sociedade civil organizada. O diálogo aconteceu no gabinete da presidência da CMJP e se deu por sugestão do vereador Bosquinho (PV).
“Recebi várias demandas dos comerciantes, de advogados, empresários e pessoas que se importam com o Centro Histórico. Somos a terceira capital mais antiga do país, uma cidade que nasceu do rio para o mar e sabemos que a parte histórica das cidades é muito valorizada em outros estados ou países. Nós temos aqui uma imensa riqueza das igrejas e do nosso patrimônio histórico. Ao mesmo tempo, também enfrentamos problemas antigos sobre insegurança, falta de conservação, lixo nas ruas e falta de iluminação. Além disso, os empreendedores reclamam que enfrentam demora e burocracia quando decidem se instalar na região porque os alvarás de funcionamento e as licenças que são concedidas por parte do poder público são processos complexos. Por tudo isso, decidimos debater as questões do Centro Histórico com a intenção de contribuir para que a região seja mais frequentada e para que, de fato, haja uma revitalização”, definiu Bosquinho.
Mais recentemente, outra queixa de quem trabalha ou frequenta o Centro Histórico é de que o Governo do Estado está retirando equipamentos da região. O Comando Geral da Polícia Militar se mudou para Intermares e a Companhia de Processamento de Dados da Paraíba (Codata) saiu da Rua Barão do Triunfo e se instalou no antigo Palácio dos Despachos no Centro Administrativo em Jaguaribe.
“Entre os encaminhamentos da reunião de hoje estaremos fazendo um apelo para que Governo e demais órgãos públicos não deixem a região do Centro. Neste sentido, tivemos uma boa notícia: a Guarda Municipal vai ser sediada na rua Cardoso Vieira, o que vai aumentar a segurança da área. Outra novidade será a desapropriação do antigo prédio da Proserv onde será criado um conjunto habitacional para dar mais dignidade aos moradores que atualmente estão no Porto do Capim”, explicou Bosquinho. Ele também deve encaminhar requerimentos à prefeitura para solicitar melhorias nos serviços de zeladoria, na iluminação pública e também ao Governo do Estado para reforçar a segurança no local.
Além disso, o vereador estuda a criação de uma espécie de “zona flexível” no que diz respeito à flexibilização e redução de tributos como ISS, IPTU e ICMS para empreendimentos que desejem se instalar no Centro Histórico de João Pessoa. “O ideal é que tenhamos elementos facilitadores da atração da atividade econômica. Vamos elaborar ideias para fazer requerimentos e legislação específica”, adiantou Bosquinho.
“Foi uma discussão extremamente positiva e vamos manter esse diálogo aberto com todos os agentes interessados no Centro Histórico, como a Câmara de Dirigentes Lojistas, Associação Paraibana de Imprensa, O movimento Varadouro Cultural e demais representações que queiram somar a esta luta”, resumiu o parlamentar.
Sociedade civil organizada
Afra Soares, representante do Comitê de Fomento e Desenvolvimento do Centro Histórico de João Pessoa da Associação Paraibana de Imprensa (API) confirmou que insegurança e problemas de iluminação e sujeira são as principais queixas de quem trabalha ou frequenta a área. “Estamos tentando unir a prefeitura e o Governo em prol do Centro Histórico e a iniciativa do vereador Bosquinho foi maravilhosa. Segurança, limpeza e iluminação são ações fáceis e não demandam muitos recursos. Essas são reivindicações prioritárias e indispensáveis para a revitalização”, resumiu.
Por sua vez o tabelião Germano Toscano de Brito, do cartório Toscano de Brito, elogiou a iniciativa de Bosquinho: “Louvo essa iniciativa para levar as mensagens de quem tem interesse no Centro Histórico adiante. O cartório do qual sou titular está a 45 anos no local e assistindo a degradação da região, muito preocupados e desejando que sejam tomadas providências para revitalizar o Centro Histórico”.
O presidente da Academia Paraibana de Letras, Ramalho Leite, acredita que a reunião será uma provocação aos poderes públicos: “Precisa ser uma política de governo que junte todos os órgãos interessados na recuperação física e de segurança para quem permanece no Centro Histórico”.
Já o advogado Rui Galdino pontuou ser preciso que o debate sobre o Centro Histórico entre em pauta: “O vereador Bosquinho reuniu segmentos importantes e queremos a união em torno do mais belo Centro Histórico do mundo que está abandonado. Precisamos entrar na prática para desenvolver a economia porque a região é viável. A situação é crítica e precisa de atenção diferenciada”.
Por fim, o comerciante Thiago Stort destacou que o Centro Histórico reflete a cultura da cidade e priorizar o entretenimento é importante: “Observamos que as ações de revitalização serão reforçadas. Teatro, arte, música e dança precisam ser valorizados”, argumentou.
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